Criação de empregos formais soma 1,3 milhão, menor valor em 3 anos

25/01/2013 22:48

25/01/2013 14h31 - Atualizado em 25/01/2013 15h49

Dados do ano de 2012 foram divulgados pelo Ministério do Trabalho.
Isso representa uma queda de 33% contra 2011 (1,94 milhão de vagas).

 

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

 

A criação de empregos formais somou 1,3 milhão de vagas em todo ano passado, o que representa uma queda de 33% frente ao ano de 2011 (1,94 milhão de vagas), segundo informou nesta sexta-feira (25) o Ministério do Trabalho, por meio dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). 

O Brasil não é uma ilha. Esse número na geração de empregos decorre dos efeitos da crise internacional"
Brizola Neto, ministro do Trabalho

Trata-se do pior resultado desde 2009, quando foram abertas 1,29 milhão de vagas formais de trabalho no país. Naquele momento, a economia brasileira enfrentava os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Em 2010, foram abertas 2,5 milhões de vagas com carteira assinada.

Os números de criação de empregos formais do acumulado do ano passado, e de 2011, foram ajustados para incluir as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de novembro). 

Crise financeira e medidas de estímulo
O fraco resultado na geração de empregos com carteira assinada aconteceu em um ano marcado pela crise financeira internacional, que prejudicou o crescimento de todas as economias ao redor do mundo. No começo do ano passado, a previsão do governo federal para a expansão da economia estava acima de 4%. Para o mercado financeiro, porém, o crescimento será menor do que 1% em 2012.

"O Brasil não é uma ilha. Esse número na geração de empregos decorre dos efeitos da crise internacional. Houve um desaquecimento da economia no mundo inteiro. O Brasil, mesmo assim, conseguiu responder aos efeitos da crise, gerando um saldo positivo de empregos. Não na proporção de anos anteriores, mas atendendo à nossa população economicamente ativa. Com isso, houve um queda na taxa de desemprego, com situação de pleno emprego nas regiões metropolitanas", avaliou o ministro do Trabalho, Brizola Neto.

Medidas para estimular a economia
Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, no ano passado, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis e, também, a desoneração da energia elétrica para consumidores residenciais e industriais.

Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.

Previsão para 2013
Para este ano, o ministro Brizola Neto estimou que as medidas já adotadas no decorrer de 2012 para estimular o emprego formal neste ano. A expectativa do Ministério do Trabalho é de que sejam criados 1,75 milhão a 1,8 milhão de empregos com carteira assinada em 2013 - dados captados pelo Caged, e de dois milhões de vagas englobando os servidores públicos (informações divulgadas por meio da Rais).